quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Carbono e virtual – Átomos e bits


Constantemente me refiro as pessoas, lugares ou qualquer coisa ligada ao mundo real – ou seja, fora do virtual, fora da internet – como carbono. Quanto a internet – redes sociais, email, comportamentos online – como virtual.

A ideia é simples: uma brincadeira entre o que acontece no mundo físico e o que acontece no mundo virtual.

Recentemente li um livro onde o autor também faz referência a estas duas estâncias tão parecidas e tão distantes, referindo-se como “Átomos”, para o real e “bits” para o virtual. O livro chama-se: “Free: The future of a Radical Price” by Chris Anderson – ou “Grátis: O futuro de um preço radical” numa tradução aproximada.

Aproximada pois o próprio título permite um trocadilho em inglês por que a palavra pode significar tanto “livre” quanto “gratuito” e é exatamente essa uma das questões associadas ao livro e a teoria do autor.

Durante os próximos posts, meu esforço será em conversar um pouco sobre a teoria de Chris Anderson e também fazer algumas observações sobre os pontos apresentados no livro. Neste meio tempo, também vou me dedicar a fazer uma tradução do livro na integra – qualquer um que possua um link para o livro, por favor, coloque nos comentários – e disponibilizo o link para download aqui mesmo no blog.

Todos aqueles que estiverem interessados no assunto são bem-vindos, mas vamos atentar para as seguintes condições:

1 – O livro “Free: The Future of a Radical Price” está disponível gratuitamente na versão de audiobook diretamente do Itunes da Apple ou aqui! - Ou na barra lateral deste blog - recomendo full view mode.

2 – Farei sempre comentários e referências a passagens do livro, portanto se tiver interesse, busque na internet a melhor forma de ler ou ouvir o livro, vale à pena!

3 – O trabalho é de propriedade de Chris Anderson e em momento algum pretendo tomar os créditos da obra ou da teoria/discurso como meu – isso significa que, se em algum post ou passagem eu esquecer de fazer referência ao autor, me perdoe e me corrija, sou humano ;)

4 – Não iremos tratar de verdades absolutas: Sua verdade é tão real quanto a minha, você tem o direito a exemplificá-la, atestá-la e comprová-la, mas lembre-se: É sua verdade! Assim, se os ânimos se esquentarem e partirem para caminhos pouco... digamos... ortodoxos... os comentários serão deletados.

Assim, espero poder contar com a participação de todos.

Amanhã já tem texto por aqui para conversarmos!
(É uma promessa!)

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Redes, Profetas e Gerentes


O que são Redes Sociais?

Definições não faltam. Experimente buscar no Google ou Wikipedia o um único conceito de rede social e verá que entre muitas, você pode concordar com mais de uma delas.

Uma rede social pode vir de plataformas digitais – Orkut, Facebook, Linkedin – ou ter seu formato mais orgânico – Família, Bairro, Condomínio. E, em qualquer uma dessas “plataformas”, sempre haverá o que podemos classificar como “profeta” e “gerente”.

Vamos ver a plataforma “Família” como exemplo:

Em uma família, independente do tamanho de seus componentes, sempre existe um ou mais indivíduos que vão gerenciar o rumo daquela “rede”. Sempre haverá alguém que dirá: “Nossa família seguira um modelo X ou Y... não será permitido este ou aquele comportamento dentro dos membros de nossa família”. Sendo assim, o conjunto de regras para a utilização daquela “rede social” vai se construindo.

Da mesma forma, existem “profetas familiares” que dirão o que este ou aquele indivíduo fará baseado em seu passado ou com olhar em seu “futuro”. Quase sempre, esses indivíduos são considerados experientes... Mas nem sempre o que é profetizado ocorre.

Isso ocorre por que a experiência, a vivência em rede, é uma ocorrência individual, única e por melhor documentada que esteja, ainda assim é exclusiva para um indivíduo. É como passar nossa experiência “de pai para filho”. Não necessariamente o que me fez bem, fará a meu filho ou a outro indivíduo qualquer. Mas a regra diz claramente que minha experiência deve ser compartilhada, experimentada, vivenciada e documentada. Em lugar nenhum está escrito que será uma Verdade Absoluta.

Tanto os Profetas, quanto os Gerentes de Redes sociais se esquecem do fator de apropriação tecnológica que é exclusiva, é individual, é única embora possa ser compartilhada, consultada, afiliada. Por isso, na internet, o numero de profetas e gerentes tende a crescer, assim como em uma família unida – ou não – onde uns zelam pelos outros ou pela própria unidade familiar – a Rede em si.

Uma rede social pode ter múltiplos objetivos, sem que os participantes sequer percebam. Objetivos estes oriundos de cada participante. Ao mesmo tempo, essa mesma rede pode ter um objetivo pré-acordado entre seus componentes e ainda assim, por mais esquizofrênico que isso possa parecer, o objetivo final, uma vez alcançado, surtirá efeitos completamente diferentes em cada indivíduo daquela rede.

Tudo isso ao mesmo tempo significa que:

Gerentes e profetas têm seu grau de importância, mas estes não são a verdade absoluta.

As redes são organismos vivos, imprevisíveis, mutáveis, inconstantes e assim sendo, não há como determinar seu inicio, meio e fim, assim como seu propósito absoluto ou seu objetivo real.

Uma boa rede deve ser simplesmente vivida, deve ser observada, deve ser coletiva, aberta, mas ao mesmo tempo respeitada com costumes, tradições, objetivos e realizações. A força de uma rede vem da multiplicidade individual de seus componentes, da forma com que lidam com seus pares e seus adversos. Como cada um, dentro daquele grupo, respeita e recebe a diferença do outro, sem a necessidade de arbitragem entre ou contra outras redes.

Como uma família, com seus costumes, métodos, objetivos e regras, sempre existirá um gerente para tentar formatar da melhor forma possível aquela convivência e sempre haverá um profeta que dirá pra onde vão, ou o que acontecerá, mas, famílias não se intrometem em outras famílias através de imposições, mas sim de conversas e aceites. Entre observações e tolerâncias. Elas não devem competir em seus “modelos”.

Vivenciar uma Rede Social é perceber que assim como as redes orgânicas, podemos tentar dirigir e profetizar, mas o nascimento de cada indivíduo é único, imprevisível, incontrolável e o grande segredo é como iremos nos aproveitar e acolher aquilo que não podemos dirigir e não podemos profetizar suas decisões e como essa diferença nos fará mais forte e inteligente.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

De quem é (e por que) a responsabilidade pela Inclusão Digital.


É de todos!

É sua, minha, do vizinho... das escolas, hospitais, prefeituras, governos... empresas privadas, ONG's, todos nós.

Claro, como não dizer: Morre Michael Jackson.


O que fica agora é dever de casa, para assimilarmos, para concluir, aprender e atentar. É o que mostra um caminho futuro que já começou a ser caminhado e que não tem mais volta. O dever de observarmos com atenção os acontecimentos e legitimarmos não só “como” mas também “pra onde” vamos. Quais são os valores a serem seguidos, quais as ferramentas para legitimar algo, para validar, e como vamos aproveitar esse novo caminho.


A cena na tv é muito diferente da que eu esperava. Minha vida inteira imaginei como seria quando ele partisse. Pouco mais de 50 pessoas em frente ao hospital. Simultaneamente, milhares e milhares de pessoas, ao redor do mundo comentam: “Michael Se foi...”, “MJ, we miss you...”, “Astro Pop morre de parada cardíaca” entre outros títulos. Google encara a enxurrada de informações como um ataque em massa... e o Twitter, que já não vinha muito bem desde sua subta expansão, seguido pelos últimos acontecimentos no Irã, também sucumbe. A baleia sendo levada pelos pássaros foi vista por milhares de usuários ao redor do mundo.


A tarefa agora é entender por onde a informação está passando. É verificar o altíssimo grau de importância e legitimidade que se dá as notícias, posts em blogs, twitter, qualquer forma de expressão virtual.


Assim, nossas falas e ações de inclusão Digital se tornam responsabilidade de todos, pois é lá que a informação está, é lá que as trocas e conversas estão acontecendo e é lá que a vida acontece diariamente. Não que o universo de carbono deva ser deixado para trás, afinal, ele (MJ) era real, mesmo em sua busca constante de alterar seu “avatar de carbono” - Exatamente com a mesma prática que muitos usuários tem de modificar seus perfis, imagens e avatares digitais...


É nossa responsabilidade colocar a todos que conhecemos, dentro desta rede. Dentro deste local de conversa, dentro deste bazar louco e cosmopolita, que encontra caminhos inusitados para vencer as barreiras físicas da informação, em busca de levar uma verdade. Qualquer verdade.


E por ser qualquer verdade, também nos resta aprender a filtrar a informação, a discernir o certo do errado, o real da fantasia, o fato e o mito.


Inclusão Digital é inclusão social, numa esfera tão ampla que apenas quem inclui e quem é incluído podem vislumbrar, ainda que por um instante, a sua total dimensão e ainda assim, lhes falta campo de visão.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Twitter como Personal Banner


Dentro da internet, em quase qualquer pagina, quase qualquer lugar, lá estará ele. Como os antigos outdoors, que lutamos tanto pela sua derrubada. Rápidos, com poucas palavras, e nos levando para algum lugar: o famoso Banner de Pagina.

Twitter, identificado a primeira vez como um microblog... Um conceito de blog de poucas palavras. Algo como aquelas antigas caixinhas com cartõezinhos de frases bacanas, provérbios ou salmos da "casa da vovó".

O que fazer? Como explicar em 140 toques o que é o twitter? É uma rede social, só por que é possível associar-se através de identificações de quem são os carbonos que você conhece? Ou por que você pode fazer parte de algum canal ou movimento simplesmente adicionando # ? Ou talvez por que ele te leve a "seguir" pessoas que você não conhecida e que foram indicadas pelos seus amigos...

É um super banner por que pode, em poucas palavras, levá-lo a um lugar que não necessariamente era o que você imaginava? Ou talvez por que ele faça “propaganda” de alguma coisa ou alguém como se você realmente “consumisse” ou “compartilhasse” aquele pensamento?

Hoje até discuti com uma das entidades de carbono mais citadas pelo mundo virtual tentando entender a lógica da simples repetição seca. Ele defendeu a cultura de conversações, mas não entendi muito bem o que ele queria dizer. Ele disse algo como "... a redundância em exagero nos leva a incomunicabilidade..." e ele é um dos caras que mais repete frases dos outros (dando sempre o crédito, claro) mas eu queria a opinião dele... acho até que essa frase é de um carbono conhecido como Arnold Hause... nas eu não tenho certeza, só tenho a internet.

Como velhas propagandas nazistas jogadas dos aviões onde as pessoas carregavam junto a elas para casa e, por medo de serem mortas, muitas vezes repetiam os dizeres ou entregavam a outros como “sinal partidário”.

Repetir sem questionar, opinar ou direcionar é como o copiar e colar de uma maquina programada para “fazer parte”.

Repetir simplesmente é como falar, mas não se responsabilizar pelo que foi dito.

É como atestar a existência da terra quadrada por medo da santa inquisição.

É o que fazemos ao imitar nossos ídolos ao invés de suas ideologias.


E o twitter vem servindo como esse “personal banner”, dentro de uma lógica de rede social onde ainda se repara em “Quem se segue” e não “O que é seguido”.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Valorização, dependência e vida digital

Pausa:

Passei o dia inteiro querendo blogar, querendo falar, querendo opinar, dizer, criticar ou elogiar... querendo expressar. Nada veio a mente. Nada. Um mundo acontecendo indiferente a minha opinião. Simplesmente seguindo seu curso natural, simplesmente existindo, acontecendo. E o que é pior, acontecendo como sempre, enquanto eu, você, o Obama e o Mahmoud Ahmadinejad habitávamos a mesma terra e, matemáticamente, somos só uma estatística...

Essa verdade me corroeu. Corroeu não só pela falta de habilidade de falar sobre algo, não só pelas atribuições do cotidiano consumirem meu tempo, mas por uma preocupação que se quer sei ser real: Você.

Me dei conta que preciso manter um certo rítmo para falar, para escrever, para me expressar. Me dei conta de que faço isso não só por mim, não só pelas ideias e observações me sufocarem e precisar de um lugar para me desafogar, mas por que imagino, no meu delírio, que você está lendo, observando, acompanhando, criticando, concordando, simpatizando ou me odiando. E senti que isso vai de encontro com tudo aquilo que não acredito...

Hoje, não vou falar em metáforas. Não falarei sobre a vida do carbono nem a loucura da holografia, do virtual, mas falarei sobre o hábito. (ele está tanto no físico quanto no virtual, afinal, o virtual somos nós).
Conversei com uma pessoa que tive (tenho, acho) e terei divergências eternas, o que me é sempre motivação, pois aprendo mais do que nunca, sobre o que fazer. Me aconselhou pensamentos, me direcionou, mas não sou tão avançado ou simplesmente tão competente ou tenho conhecimentos para falar sobre o tema.

Sai, almocei, observei como sempre, as mesmas coisas, as mesmas fontes de inspiração, lí, comentei, twittei e mudei minha opinião sobre atos e pessoas que ja rederam postagens aqui... Nada.

Ao final, fui ao bar, tomei cerveja, conversei, ri, ouvi, aprendi, reclamei, amei...

Posso dizer que estou com muitas ideias e aprendi que:

Existe um momento que é feito para a observação, para ouvir ou simplesmente para desconectar.

A quem esperava algo mais, minhas desculpas. Para outros, um conselho: Desliguem! Logo estarei de volta...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Inclusão Digital: Precisa ser mais barato...


A internet é um universo infinito de possibilidades: Para o bem, o aprendizado, o aprimoramento, ou para o Mal, a difamação, o ataque, o enriquecimento ilícito, o golpe etc...

Vale lembrar sempre que a regência de todo esse universo é de todos nós. A responsabilidade é de toda unidade de carbono que possui um avatar correspondente nesse novo universo. A internet é nossa! A internet sim é “brincar de Deus” na famosa expressão. Um universo complexo, vasto, infinito e que é comandado por uma consciência quase coletiva, potencialmente onipresente.

Dito isso, vamos pensar no tema Inclusão Digital, que nada mais é do que mais uma das promessas positivas deste universo comandado pelo carbono. A idéia de Inclusão digital, a grosso modo, é colocar todos os seres de carbono em uma mesma medida de possibilidades, diminuindo assim as diferenças e fortalecendo o desenvolvimento do conhecimento humano.

Lembrando que, a tal “internet” é dirigida, comandada, desenhada, aperfeiçoada e mantida por você, eu e todos os outros seres de carbono com um avatar, então para que esse universo atinja sua máxima, seria necessário que cada carbono da terra tivesse seu(s) avatar(es) na rede. Existe sim o plural pois mesmo em sociedade, muitos optam pela pluralidade de suas representações físicas, então por que haveria de ser diferente na web?

Um dos problemas que enfrentamos hoje para que a Inclusão Digital seja efetiva, real e absoluta são os altíssimos valores do acesso a internet. Outro problema é o custo das ferramentas, ou seja, dos aparelhos que nos permitem transformarmos nossas entidades de carbono em seres digitais. Entre outros tantos, existe um problema que só pode ser vivenciado fora da internet – a (in)cultura da crença que somente usamos uma ferramenta qualquer SE formos capacitados, treinados, cursarmos uma entidade a qual nos mostre como utilizar determinada ferramenta. A ideia de auto-aprendizado é tabu na sociedade de carbono.

O mais interessante é que esperamos, através da internet, colocar a cultura ao alcance de todos para que estes “beneficiados” busquem aquilo que desejarem e se aprimorem de maneira positiva, compartilhada e vivenciada.

Este exemplo só pode ser vivenciado por uma cultura menos apreensiva quanto a impossibilidade do auto-aprendizado, uma cultura onde podemos ter valores justos de acesso – não necessariamente a mais barata, mas não tão ofensiva quanto a nossa (Brasil), e que está disposta a não ignorar o passado de uma pessoa, mas também não lhe “retira créditos” por acontecimentos ruins na vida.

Em termos de telefonia, é possível se ganhar muito dinheiro no Brasil SEM a necessidade de caríssimos pacotes de dados ou conexões a custos altíssimos, apenas concentrando-se na base de assinantes de celular ou na própria base de assinantes de telefonia fixa. Em outras palavras: Ganhar muito, cobrando pouco, para muita gente.


Estamos economicamente TODOS sujeitos a possibilidades infinitas.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O carbono e o Campo-minado


Uma analogia, uma tentativa de ilustrar nossa visão e comportamento nas redes sociais.

Todo mundo deve conhecer, já ouviu falar ou jogou “campo minado”, ou Minesweeper, certo? Até por que ele está presente em quase todos os sistemas operacionais que existem.

Vamos imaginar:

O Jogador – São as pessoas, as unidades de carbono que comandam, controlam e compõe a rede MAS, nesse cas, são apenas observadores.

O Campo – Uma interface de uma rede social qualquer, seja Orkut, Facebook, Linkedin ou qualquer outra que lhe seja familiar, agradável ou simpática.

Os quadrinhos Não clicados - Possibilidades. São pessoas, indivíduos, outros avatares na infinita rede que podem estar contidos naquela rede social representada pelo campo.

Os quadrinhos clicados COM NUMEROS – Indiferente do valor, ele representa um avatar o qual você se conectou através da rede social escolhida. Quanto ao valor do numero, quanto maior, maior o grau de credibilidade que VOCÊ atribui a ele que, por sua vez, indica possíveis avatares os quais podem vir a ser prejudiciais.

Os quadrinhos com minas – representam potenciais conexões, avatares ou perfis potencialmente danosos, negativos ou de má indole.


Terminado o jogo – você ganhou!


Observe que os números permanecem lá. Existem casas (avatares) que você clicou e que simplesmente sumiram, revelando espaços abertos. A este fator, diremos que são usuários da rede, os quais você tem chance de estabelecer conversas pelo simples fato de participarem da mesma rede mas que não estão necessariamente ligados a você ou que não trocaram conversas, não construiram informação, pelo menos não diretamente com você.

Você tem mais quadrinhos com numeros OU minas? Se você ganhou a resposta é: Mais numeros. As minas, geralmente, representão apenas 10% do mapa (que pode ser customizado, conforme sua vontade).

Nessa análise, isso quer dizer que você tem muito mais possibilidade de bons contatos do que “minas” ou “maus contados”. Também indica um número muitas vezes maior de possibilidades de estabelecer novos contatos a partir do zero, sem saber se será uma “mina” ou não.

As minas existem. Avatares ruins também. Mas assim como nas redes sociais “virtuais”, na sua vida real você também possui infinitas possibilidades de esbarrar em uma unidade de carbono minada. E mesmo assim, a definição de “minada”, em uma unidade de carbono dentro do mundo virtual, é atribuida por analises de pessoas que não necessariamente os conhecem.

Como na vida real, hoje estamos observando os “perfis do orkut” procurando pelos “avatares minados”, dando muito valor aos avatares numerados sem sequer conhecermos – sim por que, cada partida é única para cada jogador e representa sua própria rede social em contextos e formatos que somente ele poderá explicar.

Temos medo de nos linkarmos a “avatares velhos de infância”, ou melhor dizendo, a antigos amigos que nos fazem a diferença no universo de carbono, mas que dentro dessa nova “rede social digital” ele é aos olhos de outros, potenciais “minas”.

Veja bem – ainda assim, temos mais numeros do que minas, mais possibilidades desconhecidas do que minas... por que só reparamos nelas? Por que escondemos os não tão famosos na realidade virtual e ficamos apenas com os bonitinhos? Os inteligêntes? Os descolados? E aquele monte de outros que nem sequer estabelecemos contato, só seguimos pra dizer: “olha, como sou bacana; eu SIGO fulano-de-tal”. Onde está nossa cara quando dizemos: “Aff, desculpa, mas seguir aquele avatar (aquela unidade de carbono) é muito mico... ele nem tem tantos seguidores” mas no final do dia, lá está você sentado no balcão do happy hour, ouvindo piadas engraçadas, com esse mesmo avatar.

Gostaria que as pessoas olhassem mais para este jogo chamado “rede social” e decidissem como querem jogar. Eu voto por adicionar meus amigos não-tão-descolados, os feios, os meio chatos, os burrinhos, e afins... e tô fora de gente que eu não conheço, não concordo ou não entendo.


Esse é meu jogo, é assim que quero jogar.

Gera, valeu pela breja e pela reflexão ;)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Cyber Bullying VELADO


Fora da holografia*, a sociedade convive com os mais diversos conflitos.

Estranho seria então esperar que, dentro do universo virtual o carbono se comporta-se de forma diferente. As mesmas regras de conduta, etiqueta ou convívio, ultimamente vem sendo aplicadas dentro dessa nova esfera de convívio humano, e da mesma forma que no exterior, com a globalização, popularização de ferramentas de facilitadoras de comunicação etc, essas mesmas regras vem se modificando, se atualizando, descobrindo novos formatos, expressões, formas de convívio, aceitações, tudo para que possamos co-existir no ambiente virtual pois, para muitos no universo físico do carbono, isso não passa de uma mera utopia.

O mais impressionante é nossa capacidade de cometermos os mesmos erros, sempre. Muitos ainda acham que a internet seria uma forma de evolução pois poderíamos aprender uns com os outros observando comportamentos diferenciados em um local sem barreiras, onde a um “clic”, posso observar comunidades de jovens do outro lado do mundo e perceber como lidam com determinada situação cotidiana.

De certa forma sim. Hoje sabemos que o “jovem” é mais ou menos igual na maior parte do mundo – que sente necessidades “sociais” parecidas. Sofre das mesmas angústias, tem os mesmos receios e assim segue o mundo.

Falou-se muito sobre os males do bullying no mundo real. Nas marcas deixadas nos pequenos bloquinhos de carbono em formação, em como a necessidade de ações culturais para mudar esse tipo de ação era importante para a formação da cultura de convivência e respeito que queremos hoje. Desta mesma forma foi discutido e ainda o é, o tema “cyber bullying”, que visa as mesmas praticas cometidas no bullying só que através dos links e meta dados compartilhados na internet.

O mais incrível é que, através da observação, vemos apenas o ataque direto, o agressor e o agredido. Esquecemos de algo que, muitas vezes pode ser muito mais violento do que o ataque em si: a invisibilidade. Não o super poder que muitos gostariam de ter por diversos motivos, mas aquele nocivo socialmente, aquele que aplicamos muitas vezes sem perceber, outras para nos “defender” em diversos aspectos. É a invisibilidade que agregamos a outros carbonos na esfera virtual. Pessoas que convivemos, conversamos, rimos, choramos, ajudamos e somos ajudados mas que, dentro de nossas “novas redes sociais”, dentro de nossos “círculos de avatar”, muitas vezes preferimos não agregar, mostrar, adicionar.
Como nos filmes americanos de problemáticas da “high-school” americana, sempre existe a personagem do bem, que diante de um conflito de aparências, poder ou status, ainda que converse com o “patinho feio” ou o “esquisitão”, na sua “rede social” ele não existe, ou seja, seu “Avatar” não pode aparecer linkado a ela.

Isso é o que eu chamo de cyber bullying velado, pois não percebemos o que fazemos, ou fazemos acreditando não danificar, não machucar ou sendo de menos importância.

Experimente ser ignorado por um dia, por amigos do trabalho, familiares ou amigos e veja o que isso lhe causa. O mesmo hoje estamos fazendo, ao construirmos nossas “redes sociais auto-promocionais”.


*holografia – referência de Judith Zuquim para nossos “avatares” - Saudades de você!)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A nova ONDA...


Todos nós, unidades de carbono, mergulhados em nossos avatares virtuais, diariamente esperamos pelo novo continente a ser desbravado no universo virtual, a nova highway digital a qual queremos atravessar antes dos buracos, para termos nossos "cases de sucesso", histórias baseadas em experiências de ambiente “ainda incompletos” ou em “versões betas”, tudo pela oportunidade de estar na“nova onda”.

Claro, essa é a parte da esfera virtual que compete aos desbravadores, aos curiosos, aos aventureiros. Esses avatares nem sempre são os mesmos exploradores da vida física, mas esta é a beleza da internet. A de nos oferecer outra(s) possibilidade(s).

Certamente, da mesma maneira que já disse aqui que “A internet é feita, comandada e dirigida pelo Carbono” - embora hoje muito se faça sem nossa intervenção direta – ainda assim, cabe ao real plugar as maquinas nas tomadas. Desta forma ao mesmo tempo que temos esta “ansiedade” por novidades, outros sentem a necessidade da conspiração, temem o controle pelo virtual, receiam serem monitorados.

Isso nada mais é do que uma prova de que a internet se comporta exatamente igual ao mundo real, exatamente igual ao comportamento dos seres de carbono, que fantasiam com a possibilidade de serem escravizados por máquinas frias e indestrutíveis, demoníacas.

Assim, a cada momento, fica mais e mais complexo a aparição de novidades, de novas terras a serem exploradas no universo virtual. As novas fronteiras começam a ser cada dia mais atacadas, discutidas muito mais pela “ótica fantástica” do que pela razão e inteligência. O que pensam aqueles que conceberam a maravilha moderna conhecida por internet?

Ainda assim, como na vida, a internet se molda, mescla, modifica, adapta, converge, diverge e transforma.

Dessa maneira, os desenvolvedores do Google agora partem a uma empreitada realmente inovadora, caso venha se concretizar.

As possibilidades são muitas, a utilização dos aplicativos incalculáveis, a utilização do GWT é a prova que, não só apostam no produto mas também na produtividade por terceiros, por outras possibilidades, pela colaboração.

Um novo olhar se iniciará com a chegada do Google Wave, uma nova forma de nos relacionarmos, não só em trabalho, mas nossas conversas terão outras fronteiras a serem descobertas, a forma com que nos colocamos frente as exposições, como cada indivíduo se expressa, se relaciona, se pronuncia, tudo isso será levado em conta através de uma super "ótica coletiva".

Espero em breve surfar essa nova “Onda” na internet.

terça-feira, 26 de maio de 2009

RSS Orgânico


Boa parte do conteúdo depositado na internet é livre, ou melhor, pode ser acessado, sem custos até determinado ponto, por todos os usuário da rede.

Da mesma forma que eu, você leitor tem as mesmas chances de encontrar a mesma notícia, a mesma musica, o mesmo link, o mesmo endereço na rede o qual contém determinada informação, dados ou afins.

A muito tempo venho querendo comentar sobre o que chamo de “rss orgânicos”, ou simplesmente, unidades de carbono incapazes de omitir sua própria opinião. Ao invés disso, proliferam conhecimento alheio, muitas vezes recebido pelo RSS digital para que, aos olhos de outros habitantes da web, sejam vistos como pessoas extremamente bem informadas, cultas e conectadas a cerca de seus interesses.

O triste é que percebemos que não são. O carbono se apropria da virtual, cria receptores (RSS e afins) recebe links e despacha na mesma velocidade de suas publicações. Obviamente que isto é um costume de interação social, mas sempre começamos a falar de um assunto de nosso interesse a partir de nossa ótica, nossa opinião. Já no universo virtual com a possibilidade de nos conectarmos uns aos outros de múltiplas formas como a teoria dos 6 graus de separação e outros, o carbono hoje mais do que nunca, se aproveita de falsos indicativos para destacar-se dentro do universo virtual.


Acho eu, que sempre que alguém for encaminha um link deveria por regra dizer o porque disso, caso contrário, continuaremos a poluir a rede com a repetição de ideias aleatórias e não discutidas por medo de parecermos burros, incultos, atrasados.

Faça como alguns poucos e siga a máxima:


Divulgar sim, opinar SEMPRE, repetir talvez...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A prova do Carbono 14

A técnica do carbono-14 foi descoberta nos anos quarenta por Willard Libby. Ele percebeu que a quantidade de carbono-14 dos tecidos orgânicos mortos diminui a um ritmo constante com o passar do tempo. Assim, a medição dos valores de carbono-14 em um objeto antigo nos dá pistas muito exatas dos anos decorridos desde sua morte.

Esta técnica é aplicável à madeira, carbono, sedimentos orgânicos, ossos, conchas marinhas - ou seja todo material que conteve carbono em alguma de suas formas. Como o exame se baseia na determinação de idade através da quantidade de carbono-14 e que esta diminui com o passar do tempo, ele só pode ser usado para datar amostras que tenham até cerca de 50 mil a 70 mil anos de idade.”


Ou seja, é uma forma de “olharmos pra trás”, para o passado do carbono. Estranhamente, por mais provável que isso possa parecer, mesmo cientificamente, o “passado” para o carbono é conveniente. O Sudário de Turim, por exemplo, fora submetido ao teste, e comprovado que ele é muito mais recente que a data da crucificação de Jesus. Por mais que observemos documentos, fotos, relatos e locais, existe sempre um Mahmoud Ahmadinejad pra dizer que “O Holocausto não aconteceu...” e assim segue a lista, embora todos nós crescemos ouvindo na escola a famosa frase “estudamos história para não repetirmos nossos erros do passado”.


Essa “inconsistência conveniente” é cada dia mais visível, cada dia mais real que o próprio carbono. A lei HADOPI transfere para a internet, ou melhor, para os carbonos digitalizados (a.k.a. Interneuta), a responsabilidade sócio-econômica de uma sociedade completamente desamparada financeiramente e sem a menor pretensão de apostar em novas possibilidades. Ao passo que o universo virtual se mostra dinâmico, explorador, receptivo a novos ideais, conceitos e reformulações, o carbono se mostra cada vez mais acomodado, inseguro e sem capacidade de mudar e alimentando um método de enriquecimento que despreza o trabalho e reverencia a esperteza, a idéia que nada é mais que uma fagulha necessária.

O Trabalho enriquece o homem, não a única concepção de algo.

Enquanto algumas poucas almas percebem o valor de um “manifesto cluetrain”, do conceito econômico do “tecnobrega”, os poderosos se valem de suas canetas e posições para defenderem uma ordem econômica flácida, decadente e degradante.

Napster, Piratebay, kazaa, são apenas 3 doas mais famosos casos que, no final, representam “mais do mesmo”. E não se há de acabar com esta situação. O conceito de compra não será abalado se as pessoas trocarem arquivos, seja áudio, vídeo ou dados. Uma significativa queda ocorre, não por trocas de p2p, mas pelo demasiado valor desses produtos dentro de classes econômicas que sequer podem obter sustento de “qualidade” ou de “maior valor”.

Como comprar um CD (em média R$30,00 – nacional), como ir ao cinema (média R$20,00 – somente entrada), se a média sálarial no Brasil é de 2,4 salários mínimos – R$1.116,00 ? Isso por que este mesmo dinheiro ele tem que alimentar-se, pagar despesas diversas, cuidar da saúde, filhos, e outras coisas mais...

Não há como deixar de notar que Nicolas Sarkozy tenha se interessado tando com direitos autorais APÓS sua digníssima mulher, Carla Bruni se tornar cantora...

Um carbono careca disse:

“A promessa da Internet é o retorno da voz. Esse retorno se dá pela apropriação da tecnologia e pelas inúmeras possibilidades de usar o sistema homem_máquina_protocolo em benefício do sujeito e da comunidade. O caminho do controle é o mesmo do que aquele proposto pela liberdade. Temos, então, que mudar a abordagem, ou olhar de viés.” (Hernani Dimantas)


Ele está certo, mas apenas no futuro. Hoje, a internet é o bode espiatório dos tormentos antigos da humanidade, dia-a-dia mais visíveis. Ao passo que a realidade se decompõe a passos largos, cada vez mais os carbonos digitalizados se multiplicam e trazem para o virtual seus mesmos maus hábitos, descrenças e desvalores. Assim, como forma de desabafar e remover suas frustrações reais, aquilo “impraticável” na realidade, torna-se real no virtual e é novamente condenado por um olhar de fora, isento.


Afinal, “eu jamais faria isso na vida real”.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A Natureza Digital e a REAL ameaça da Internet

É bastante comum encontrarmos matérias em jornais e revistas alertando pais, professores e até mesmo usuários sobre os perigos encontrados na internet. Não entrando, obviamente no mérito destas, quando alertando para ataques de segurança, consumo energético ou ergonomia ao utilizar, mas vamos para as temáticas mais, digamos, polêmicas:

Na internet o jovem se expões demais; Pessoas utilizam perfis falsos para alcançar objetivos ilícitos ou imorais; Colegas utilizam a internet para a prática do Cyberbulling; Praticas gerais de condutas “imorais” e “expositivas de terceiros”... e por ai vai.

Isso nunca foi, nem será novidade, dentro do universo digital ou no próprio convívio do carbono. As pessoas se sentem completamente escandalizadas quando, na internet, a filha de alguém ou um jovem qualquer tem suas fotos expostas de forma extremamente viral.

As pessoas escrevem seus perfis colocando tantos dados reais que não me estranharia em nada um usuário qualquer colocar telefone, rg, cpf e afins.

Dentro das escolas, os alunos ameaçam não só outros alunos, mas professores, diretores e demais funcionários.

As pessoas continuam a praticar o “ilegal” e o “imoral” em qualquer parte do planeta.

O ponto em questão é que a internet é utilizada por milhares e milhares de pessoas. Desta forma, tudo o que ali acontece, parece ter um peso moral muito maior. É exigido das empresas “.com” éticas que a própria sociedade não consegue seguir.

Exemplos:

O usuário que se expõe na internet é o mesmo jovem predisposto a abrir a porta para um entregador de flores ou qualquer outro tipo de conduta de risco que possa, futuramente, lhe trazer consequências desagradáveis dada a má intenção de terceiros;

É por demais comum pessoas mentirem em currículos, entrevistas, encontros pessoais, negociações e inter-relações que gerem qualquer forma de lucro – seja monetário, afetivo ou social – para uma das partes envolvidas;

Todos os dias, os jornais tentam em vão, noticiar casos de espancamentos de jovens por “diversão”, ameaças a funcionários de instituições de ensino – seja privada ou pública – casos de assédio em trabalho, igreja, comunidades em geral;

Sempre existe alguém comentando ou divulgando – seja prazer, negócio ou má intenção – práticas sexuais ou eróticas, sem consentimento ou por vingança, mágoa, ressentimento ou qualquer outro tipo de sentimento negativo.


E assim é a realidade, desde muito antes da invenção da internet, então, por que o universo virtual é tido por muitos como o grande poço de maldade? Por que a internet é vista por outros tantos, como a causadora de “novos males modernos” se eles nada mais são do que re-apresentações, o famoso “mais do mesmo”, de antigas falhas sociais que sempre existiram?


Acredito que as pessoas hoje, assim como eu em diversas atitudes, estão tão saturadas das mesmas agressões, violências e impotências, que preferem banalizar o carbono, voltam os olhos para o virtual, e encaram tudo como novo.

Só se esquecem – ou se omitem – que a internet é uma virtualização de PESSOAS, e não um organismo vivo, consciente, independente e primordialmente mal. Este é o carbono e a internet não se trata de computadores, cabos, fios e imagens;

O universo virtual é carbono: Pixelado, Digitalizado, Empacotado e Transportado.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Hipocrisia Digital (parte 2)

Comparativamente, me peguei pensando o seguinte:

O amigo comenta:

Cara, hoje aconteceu uma coisa estranha sabe? Encontrei uma amiga que não via a muito tempo, anos na verdade. Ela estudou comigo, crescemos juntos, e depois da faculdade, perdemos contato. Aproveitamos a ocasião e o horário e fomos tomar umas cervejas. Ela me contou sobre a vida, como estavam as coisas e até mesmo me pediu conselhos sobre como lidar com sua filha pequena de 8 anos (que me mostrara uma linda foto dela na piscina de casa). Fiquei muito feliz com isso, e arrepiado até. Afinal, quais as chances disso acontecer, não é mesmo?

O outro responde:

Pôxa, incrível essas coisas não é mesmo? As vezes, a gente marca as pessoas de formas que não imaginava, com palavras simples, com pequenos gestos. Recordar é sempre saudável. E então ela se casou? Já está na hora de você se casar também não? E ela tem uma filha pequena? É engraçado como os pais sempre carregam uma foto de seus filhos para mostrar para os amigos não é mesmo?

Agora, imagine esta cena:

O amigo, para por cima do ombro do outro, que está navegando pelo Orkut, quando para em um perfil de uma jovem de seus 30 anos. Percebe rapidamente que eles (Amigo e Perfil) moram na mesma cidade. Enquanto observa pelo ombro do amigo, vê que ele navega por comunidades que eles tem em comum – formando de administração de 2001 da Unicéfalo - entre outras coisas. Ele para e pensa: “Será que ele está afim dela? Por que será que entrou no perfil dela? Está em tempo dele se casar... estaria procurando uma mulher mais “madura”? E quando finalmente seu amigo começa a ver as fotos e descobre aquela foto de uma menininha de 8 anos, na piscina, ele interrompe e diz: “Amigo, não sei quem é essa gostosona que você estava flertando com, mas cuidado, não deve ser boa pessoa, afinal, é casada, ninguém casado deixa o perfil aberto e essa foto de criança em traje de banho? Pedofilia é crime...


É triste, mas é verdade. No mundo real, o pecado é bem mais difícil, e depois de certo tempo, muita gente nem quer, já na internet, até scrap significa que você está traindo sua mulher... Alias, você ai, lendo este post, é casado ou solteiro? Homem ou mulher? Já aviso que sou casado, hetero, compromissado, e melhor não deixar comentários, ou minha patroa vai me abandonar.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Hipocrisia Digital (parte 1)

A troca de valores no mundo digital é algo que não podemos ignorar. Muitas vezes, ficamos chocados quando ouvimos dizer que as pessoas “mentem em seus perfis” em redes sociais, achamos que elas fazem “mal uso” da internet, por perderem horas a fio em bate-papos e comunicadores instantâneos, e completamente estarrecidos, quando adolescentes gastão dinheiro REAL comprado itens e acessórios virtuais para jogos online e comunidades.

Antigamente, se dizia:

Filho, não fale com estranhos. - Não fique encarando as pessoas. - Tenha sua própria opinião. - Não imite ou repita o que as pessoas dizem.

Hoje na internet, o cenário pode ser visto ao contrário:

Nos sites de relacionamentos, comunidades, fóruns, as pessoas procuram quem tem mais “estrelinhas”, mais “seguidores”, e automaticamente passam a adiciona-las como amigos.

Comentam suas conversas como se fossem amigos íntimos, que cresceram juntos. Entram em discussões entre seus “novos amigos de infância” com outros “futuros grandes amigos ilustres” e já vão colocando o dedão na cara e dizendo coisas como: “Fulano de tal” (ilustre celebridade) jamais faria isso. Sempre acompanhei a vida dele por aqui (fórum, comunidade ou perfil) e sei muito bem quem ele é...”

A opinião é tão volátil quanto o numero de seguidores que se tem – Hoje, posso defender a bandeira do “software livre” de peito aberto, gritando aos 4 cantos, afinal tudo depende de quem ou quantos) está (ão) me olhando. Mas, se surgir uma vaguinha milionária na Microsoft, ou ganhar aquele Notebook HP lindão (que já vem com todos aqueles softwares proprietários malignos) que eu sempre quis e ninguém estiver olhando... é, tenho que admitir que o bom e velho pacote Office quando instaladinho completo, é muito bom mesmo...

Lembra daquela brincadeira CHATA pra caramba que a gente fazia quando pequenos pra irritar alguém, meramente por que era divertido? Aquela de repetir IGUALZINHO qualquer coisa que alguém dizia ou fazia, tipo uma cópia ou um espelho? Então, hoje, na internet, o nome desse jogo é “Brincar de RSS”. Ou seja, você pode montar uma página, um blog, um fórum ou uma comunidade e simplesmente “prestar este serviço” de repetir, copiar o que outras pessoas (seus amigos ilustres, por exemplo ou outras celebridades”) escreveram e pronto! Ali está um blog digno de ser comentado.

terça-feira, 28 de abril de 2009

A necessidade da educação moderna

Então,

Ontem, conversando com uma professora de português da rede estadual de São Paulo:

Profª - Não aguento mais! Se aquelas professoras me pedirem o selo e o envelope mais uma vez, vou até a secretaria reclamar.

Eu - Nossa, mas por que elas querem isso?

Profª - Para fazer uma atividade educativa.

Eu - Como assim?

Profª - A, ensinar o que é destinatário, o que é remetente e colocar a cartinha no correio...

Pausa - Atividades extras, educacionais, que saem do padrão livro/caderno são sempre bem-vindas então, palmas para a iniciativa!

Eu - Mas, correio? carta? quem vai ao correio colocar cartas? (pensei: "por que não ensinar o que é Cc e Bcc?")

Profª - Ah, é mais pra ver se eles sabem "escrever"... sei lá.

Pausa - na 3ª série? eu tenho que checar se eles sabem ESCREVER o próprio nome e um endereço? na 3ª série???

Eu - É, por ai se vê que a "escola pública" está extremamente preparada para ensinar e a perceber o ambiente em que as crianças DE HOJE se encontram né?

Profª - (olha misto de vergonha e compreensão).

Fim de papo...

Ontem também só foi possível esse papo por que, gripado como estou, fiquei em casa a base de canjas, remédios, cobertores e afins, pra ver se melhorava... MAS, como trabalho com tecnologia, dentro do Maior Programa de Inclusão Digital do estado de São Paulo, pensei:

"Se me mantiver conectado, posso conversar com meus colegas de trabalho e ir dando andamento em tudo que for possível a distância, e vamos nos falando - temos Gmail, Gtalk, Skype, MSN, telefone, etc."

Ledo engano. Essas pessoas que estão comigo hoje, também foram educadas pelo mesmo modelo de ensino que não é capaz de observar o próprio ambiente que o cerca, tirar proveitos, absorver o que se tem de melhor e entender as vicissitudes da vida moderna. As pessoas que trabalham no maior centro de processamento de dados do estado, por exemplo, se conectam umas as outras através de um sistema de correio eletrônico fechado (lotus notes), tem suas conexão fechadas por firewalls - afinal, msn, youtube, jogos, tiram a produtividade - não conseguem absorver ou compartilhar, muito menos se aproveitar de ferramentas comuns, à não ser aquelas dispostas pela empresa.

Não vou estranhar absolutamente nada, se ainda hoje alguém me disser: "É, ontem você não trabalhou... ficou em casa só reclamando." Ou seja, até mesmo onde trabalhamos, o problema do analfabetismo FUNCIONAL é muito mais complexo e real do que imaginamos.

É preciso com urgência a adoção de modelos de trabalho, educação, colaboração e construção mais atentos ao universo em que se está agora. É necessário que as pessoas compreendam suas funções, seus objetivos e seus locais de trabalho, que realizem que estamos a um passo de uma vida com mais qualidade mas as amarras do corporativismo arcáico, do terno e gravata preto e camisa branca, hoje, são nossos maiores inimigos.

Tive vergonha de trabalhar com I.D. e perceber que vendemos a idéia de oportunidades de crescimento, de praticidade e não praticamos...


E você ai que está lendo... quando foi a sua ultima ida ao correio?

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Influência física na internet

Engraçado como até mesmo as pessoas mais "esclarecidas" sobre internet, multimeios, comunicação digital e afins ainda cometem alguns erros... algumas gafes, ou simplesmente ainda tratam o assunto como se estivéssemos no carbono.

Sabe, pessoas hoje tem blog, colunas digitais, participam de fóruns, escrevem pequenas postagens ou colunas para outros blogueiros, ou revistas, sites de blogs corporativos ou esses novos flolhetins digitais, que na verdade nada mais são que blogs colaborativos sobre este ou aquele assunto. A crista da onda agora é "twittar" em programas de tv, durante suas transmissões ao vivo, para aqueles que gostam de acompanhar pela internet, estão sem acesso ao programa ou simplesmente para alcançar ainda mais público. Acho isso muuuuuito bacana mesmo.

Mas o engraçado é que, na internet, quando vc "twitta" algo assim ou bloga ou posta comentários, bom, é pra milhares de pessoas. Você não tem nenhum tipo de controle sobre quem vai ler, quem vai acessar. Claro que existem ferramentas e meios de controle, mas ai, você perde a credibilidade, perde o sentido do coletivo, do multiplo e do mais incrível - do inesperado.

Assim sendo, voltando ao título do post de hoje:

Um cara que eu tenho um considerável respeito sobre o assunto, com o qual aprendi e ainda aprendo muito, vai participar de um destes, vai "twittar" durante a transmissão de um programa de tv de entrevistas. O curioso é que, numa brincadeira, pelo próprio twitter, ele interveio através do gtalk, para chamar minha atenção no tocante a ser mais formal com a pessoa dele. Com medo de ter sua reputação manchada, ou ferida, sei lá eu. Dai eu pergunto: Se ele vai "twittar" pra uma galera ANIMAL, será que ele vai fazer um recorte apenas dos comentários "agradáveis" que fizerem a pessoa dele pra "colocar no curriculo" depois?

Sabe, adoro a internet - tem gente que fala de tudo, de TODAS as formas; alguns são rudes, outros leigos, outros formais, científicos, desabafos, piadistas, mal-humorados, otimistas, enfim... por ai vai.

Sabe? Senti como se ainda estivéssemos em uma ilhotinha, onde você usa da influencia pra calar as pessoas... às vezes isso me assuta. Não quando vem dos ignorantes, ou das pessoas com influências de poder, governos e afins, mas quando vem daqueles que acreditamos serem portadores do conhecimento, aqueles com quem aprendemos...

terça-feira, 31 de março de 2009

A firewall da globalização

Olá a todos.


Já faz um tempo que não passo por aqui, até mesmo por conta de diversos compromissos pessoais e profissionais. Mas vamos direto ao assunto:

Conversando com as pessoas, amigos e colegas, a globalização é visível. Todo mundo tem alguma coisa de algum lugar estranho, que comprou pela internet, ou obteve algum livro ou gadget, enfim, um produto qualquer que não seria possível a alguns anso atrás a menos que você fosse amigo de alguém que tivesse uma importadora.

Se você tem mais de 25 anos, deve lembrar disso. Hoje, só se fala em Mercado Livre (E-bay pra quem tem cartão de crédito internacional), Americanas.com e diversos outros sites de e-commerce ou "leilão" como era chamado o Mercado Livre.

Todo mundo tem um amigo morando longe e conversando diáriamente através de gtalk, msn, skype e outros.

Mas, infelizmente, ainda vivemos num país bizarro, que tem leis muito complexas de se entender, principalmente quando se fala de "impostos sobre importação.

Lá fora, o mundo reduz seus preços, produz material com estimativa de custos baixo (até por que, já se pensa em ganhar dinheiro em quantidade de unidades vendidas e não só em exclusividade), mas por que essas coisas NUNCA chegam aqui?

Na verdade, elas chegam, pela Santa Efigênia, pelo ML, mas ai, vc tá "fora do sistema"... a quem diga que, de certa forma, na ilegalidade.

Brasil, o único país que, mesmo sendo rico, você TEM QUE JOGAR FORA DO "SISITEMA" para poder ter produtos.

Odeio esse lugar....

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Art.153, I, da Constituição Federal Vs Santa Efigênia

Segundo uma pesquisa do IBL, estamos comprando produtos ilegais. Eles tem razão.

A pergunta é: POR QUÊ?

Somos desonestos? SIM!

O ponto é "combater pirataria" por que prejudica o mercado ou por que a polícia fica sem "caxinha" todo final de ano?

Essas pesquisas mostram um lado da notícia, que diz que o Brasil alimenta o crime, o tráfico e a ilegalidade. Por que nunca ví um site do GOVERNO FEDERAL, com uma pesquisa que mostre a importância de um reforma tributária URGENTE?

Por que tenho 31 anos e a horrível sensação de ouvir quase uma vez por semana que "a reforma tributária isso..." ou "aquilo"... e nunca sai?

Experiência:

Experimente comprar algo pelo e-bay acima de USD 50,00. Caso você seja "pego" na famosa "malha fina" da alfândega, eles lhe cobrarão um imposto... sabe o que é mais legal? É IMPOSSÍVEL saber de quanto é esse imposto...

Agora me diga, nesta hipótese:

Eu compro algo pelo e-bay. Pessoa Física. Recebo pelo correio depois coloco no Mercado livre pra vender... eu estou AGINDO ILEGALMENTE???

E no caso das assim chamadas - importações legais... - será que resolver essas contas desleais não é mais importante?

Por que é tão fácil para os economistas dizerem que "Os Estados Unidos e a União Européia estão tomando medidas protecionistas..." - Será que eles esqueceram a loucura de nossos impostos? Como podemos dizer que é uma medida protecionista se cobramos impostos encima de importações de produtos que NÃO TEMOS concorrência??

Eu tenho vergonha deste país, que sempre, SEMPRE vai disparar pesquisas e "tapar o sol com a peneira".

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Windows 7

Olá, salve salve a todos.

É, faz tempo que não passo por aqui, mas espero voltar com mais frequência ;)

E pra começar, não posso deixar de falar sobre o Beta Release do Windows 7, que vem a tona para tentar apagar o fracasso do pesado, cansativo e regulador Windows Vista.

Há quem diga que, o Windows Vista é ruim, deixa a maquina pesada, lenta, e tem diversos problemas. Bom, Não concordo, nem discordo. Certamente o Vista é um sistema que exige uma máquina um pouco mais bem tratada do que os famosos celerom ou equivalentes. Ainda acredito no potencial do Vista mas vendo o quanto o XP era poderoso e "leve", se comparado a seu rival o Vista, com certeza a Microsoft apostou mal para o lançamento. Principalmente em um momento onde o Software Livre tem sido aprimorado cada vez mais, até mesmo em termos de interface gráfica, o que, para a comunidade do SL, está longe de ser uma prioridade.

Mas Voltando ao Windows 7, é muito interessante o que a Microsoft consegue criar, quando está em risco, e mais ainda, o Beta beira a perfeição, quando comparado a outros Sistemas Operacionais lançados pela Microsoft, por que está LIMPO. Está Leve, está sem aquela dezena de aplicativos que ninguém quer, ou ninguém vai utilizar, ou seja, é um "belíssimo carro, sem os opcionais".

E já vem dando o que falar. Atualmente, diversos usuários vem aderindo a um movimento que pede a liberação do Windows 7 do jeito que está (sua fase beta) como forma de substituirem o pesado Vista e poderem utilizar uma interface muito inteligente, rápida e dinâmica.

Vale a pena acompanhar essas histórias de perto.