terça-feira, 26 de maio de 2009

RSS Orgânico


Boa parte do conteúdo depositado na internet é livre, ou melhor, pode ser acessado, sem custos até determinado ponto, por todos os usuário da rede.

Da mesma forma que eu, você leitor tem as mesmas chances de encontrar a mesma notícia, a mesma musica, o mesmo link, o mesmo endereço na rede o qual contém determinada informação, dados ou afins.

A muito tempo venho querendo comentar sobre o que chamo de “rss orgânicos”, ou simplesmente, unidades de carbono incapazes de omitir sua própria opinião. Ao invés disso, proliferam conhecimento alheio, muitas vezes recebido pelo RSS digital para que, aos olhos de outros habitantes da web, sejam vistos como pessoas extremamente bem informadas, cultas e conectadas a cerca de seus interesses.

O triste é que percebemos que não são. O carbono se apropria da virtual, cria receptores (RSS e afins) recebe links e despacha na mesma velocidade de suas publicações. Obviamente que isto é um costume de interação social, mas sempre começamos a falar de um assunto de nosso interesse a partir de nossa ótica, nossa opinião. Já no universo virtual com a possibilidade de nos conectarmos uns aos outros de múltiplas formas como a teoria dos 6 graus de separação e outros, o carbono hoje mais do que nunca, se aproveita de falsos indicativos para destacar-se dentro do universo virtual.


Acho eu, que sempre que alguém for encaminha um link deveria por regra dizer o porque disso, caso contrário, continuaremos a poluir a rede com a repetição de ideias aleatórias e não discutidas por medo de parecermos burros, incultos, atrasados.

Faça como alguns poucos e siga a máxima:


Divulgar sim, opinar SEMPRE, repetir talvez...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A prova do Carbono 14

A técnica do carbono-14 foi descoberta nos anos quarenta por Willard Libby. Ele percebeu que a quantidade de carbono-14 dos tecidos orgânicos mortos diminui a um ritmo constante com o passar do tempo. Assim, a medição dos valores de carbono-14 em um objeto antigo nos dá pistas muito exatas dos anos decorridos desde sua morte.

Esta técnica é aplicável à madeira, carbono, sedimentos orgânicos, ossos, conchas marinhas - ou seja todo material que conteve carbono em alguma de suas formas. Como o exame se baseia na determinação de idade através da quantidade de carbono-14 e que esta diminui com o passar do tempo, ele só pode ser usado para datar amostras que tenham até cerca de 50 mil a 70 mil anos de idade.”


Ou seja, é uma forma de “olharmos pra trás”, para o passado do carbono. Estranhamente, por mais provável que isso possa parecer, mesmo cientificamente, o “passado” para o carbono é conveniente. O Sudário de Turim, por exemplo, fora submetido ao teste, e comprovado que ele é muito mais recente que a data da crucificação de Jesus. Por mais que observemos documentos, fotos, relatos e locais, existe sempre um Mahmoud Ahmadinejad pra dizer que “O Holocausto não aconteceu...” e assim segue a lista, embora todos nós crescemos ouvindo na escola a famosa frase “estudamos história para não repetirmos nossos erros do passado”.


Essa “inconsistência conveniente” é cada dia mais visível, cada dia mais real que o próprio carbono. A lei HADOPI transfere para a internet, ou melhor, para os carbonos digitalizados (a.k.a. Interneuta), a responsabilidade sócio-econômica de uma sociedade completamente desamparada financeiramente e sem a menor pretensão de apostar em novas possibilidades. Ao passo que o universo virtual se mostra dinâmico, explorador, receptivo a novos ideais, conceitos e reformulações, o carbono se mostra cada vez mais acomodado, inseguro e sem capacidade de mudar e alimentando um método de enriquecimento que despreza o trabalho e reverencia a esperteza, a idéia que nada é mais que uma fagulha necessária.

O Trabalho enriquece o homem, não a única concepção de algo.

Enquanto algumas poucas almas percebem o valor de um “manifesto cluetrain”, do conceito econômico do “tecnobrega”, os poderosos se valem de suas canetas e posições para defenderem uma ordem econômica flácida, decadente e degradante.

Napster, Piratebay, kazaa, são apenas 3 doas mais famosos casos que, no final, representam “mais do mesmo”. E não se há de acabar com esta situação. O conceito de compra não será abalado se as pessoas trocarem arquivos, seja áudio, vídeo ou dados. Uma significativa queda ocorre, não por trocas de p2p, mas pelo demasiado valor desses produtos dentro de classes econômicas que sequer podem obter sustento de “qualidade” ou de “maior valor”.

Como comprar um CD (em média R$30,00 – nacional), como ir ao cinema (média R$20,00 – somente entrada), se a média sálarial no Brasil é de 2,4 salários mínimos – R$1.116,00 ? Isso por que este mesmo dinheiro ele tem que alimentar-se, pagar despesas diversas, cuidar da saúde, filhos, e outras coisas mais...

Não há como deixar de notar que Nicolas Sarkozy tenha se interessado tando com direitos autorais APÓS sua digníssima mulher, Carla Bruni se tornar cantora...

Um carbono careca disse:

“A promessa da Internet é o retorno da voz. Esse retorno se dá pela apropriação da tecnologia e pelas inúmeras possibilidades de usar o sistema homem_máquina_protocolo em benefício do sujeito e da comunidade. O caminho do controle é o mesmo do que aquele proposto pela liberdade. Temos, então, que mudar a abordagem, ou olhar de viés.” (Hernani Dimantas)


Ele está certo, mas apenas no futuro. Hoje, a internet é o bode espiatório dos tormentos antigos da humanidade, dia-a-dia mais visíveis. Ao passo que a realidade se decompõe a passos largos, cada vez mais os carbonos digitalizados se multiplicam e trazem para o virtual seus mesmos maus hábitos, descrenças e desvalores. Assim, como forma de desabafar e remover suas frustrações reais, aquilo “impraticável” na realidade, torna-se real no virtual e é novamente condenado por um olhar de fora, isento.


Afinal, “eu jamais faria isso na vida real”.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A Natureza Digital e a REAL ameaça da Internet

É bastante comum encontrarmos matérias em jornais e revistas alertando pais, professores e até mesmo usuários sobre os perigos encontrados na internet. Não entrando, obviamente no mérito destas, quando alertando para ataques de segurança, consumo energético ou ergonomia ao utilizar, mas vamos para as temáticas mais, digamos, polêmicas:

Na internet o jovem se expões demais; Pessoas utilizam perfis falsos para alcançar objetivos ilícitos ou imorais; Colegas utilizam a internet para a prática do Cyberbulling; Praticas gerais de condutas “imorais” e “expositivas de terceiros”... e por ai vai.

Isso nunca foi, nem será novidade, dentro do universo digital ou no próprio convívio do carbono. As pessoas se sentem completamente escandalizadas quando, na internet, a filha de alguém ou um jovem qualquer tem suas fotos expostas de forma extremamente viral.

As pessoas escrevem seus perfis colocando tantos dados reais que não me estranharia em nada um usuário qualquer colocar telefone, rg, cpf e afins.

Dentro das escolas, os alunos ameaçam não só outros alunos, mas professores, diretores e demais funcionários.

As pessoas continuam a praticar o “ilegal” e o “imoral” em qualquer parte do planeta.

O ponto em questão é que a internet é utilizada por milhares e milhares de pessoas. Desta forma, tudo o que ali acontece, parece ter um peso moral muito maior. É exigido das empresas “.com” éticas que a própria sociedade não consegue seguir.

Exemplos:

O usuário que se expõe na internet é o mesmo jovem predisposto a abrir a porta para um entregador de flores ou qualquer outro tipo de conduta de risco que possa, futuramente, lhe trazer consequências desagradáveis dada a má intenção de terceiros;

É por demais comum pessoas mentirem em currículos, entrevistas, encontros pessoais, negociações e inter-relações que gerem qualquer forma de lucro – seja monetário, afetivo ou social – para uma das partes envolvidas;

Todos os dias, os jornais tentam em vão, noticiar casos de espancamentos de jovens por “diversão”, ameaças a funcionários de instituições de ensino – seja privada ou pública – casos de assédio em trabalho, igreja, comunidades em geral;

Sempre existe alguém comentando ou divulgando – seja prazer, negócio ou má intenção – práticas sexuais ou eróticas, sem consentimento ou por vingança, mágoa, ressentimento ou qualquer outro tipo de sentimento negativo.


E assim é a realidade, desde muito antes da invenção da internet, então, por que o universo virtual é tido por muitos como o grande poço de maldade? Por que a internet é vista por outros tantos, como a causadora de “novos males modernos” se eles nada mais são do que re-apresentações, o famoso “mais do mesmo”, de antigas falhas sociais que sempre existiram?


Acredito que as pessoas hoje, assim como eu em diversas atitudes, estão tão saturadas das mesmas agressões, violências e impotências, que preferem banalizar o carbono, voltam os olhos para o virtual, e encaram tudo como novo.

Só se esquecem – ou se omitem – que a internet é uma virtualização de PESSOAS, e não um organismo vivo, consciente, independente e primordialmente mal. Este é o carbono e a internet não se trata de computadores, cabos, fios e imagens;

O universo virtual é carbono: Pixelado, Digitalizado, Empacotado e Transportado.